Futuro

- No futuro iremos ter tostadeiras super hiper mega ri-galácticas que tostam o pão apenas com o contacto químico entre o mágnesio e a bomba sódico-potássica do uranio empobrecido futurísticamente embebida numa solução em lítio, com átomos de... Os carros serão movimentados por pequenos jactos de dióxido de carbono que em contacto com as estradas revestidas de oxigénio fazem a fotossíntese e fazem com que o carro ande.
Foi assim que os meios de comunicação nos quiseram ensinar que ia ser o futuro. Cheio de palavras caras, cheio de formalismos, cheio de complicações. Um mundo complicado em que quem não fosse dotado de uma inteligência acima da média o mais certo era acabar como cantoneiro nas tais estradas de oxigénio. Seria mais fácil ir a Marte atestar o carro, do que ao Rosal de la Frontera. Talvez para nos assustar, ou pra assentar a poeira dos anos 60, querendo alertar para a necessidade de dar um rumo à vida ("Ya meu, bora fumar uns charros e correr nús pelos prados que há-de cair uma panela com comida em cima de nós").

Errado.

Cada vez mais se está a substituir o bom léxico português por estrangeirismos, diminutivos, e coisas tipo 'bué' (o que será isto?). Cada vez há mais facilidade em ir atestar o carro ao Rosal do que a Marte. Cada vez há mais tentativas de simplificação de processos (acabam posteriormente por serem chamadas de "Burocracias"). Nunca foi tão fácil viver neste planeta. Quanto mais sacana, mais inculto, mais estúpido, mais americano se fôr, mais probabilidades temos de ser bem sucedidos na vida.
Nem tudo o que a TV nos diz é verdade...

Sublime, ou simplesmente António.