Quem guarda o guarda...

Da onda de críticas ao presente governo tem sobressaido a revolta dos professores contra a retirada dos seus direitos adquiridos, que já gerou, até, uma manifestação de uma dimensão para além da própria capacidade dos sindicatos.
Isso quer dizer alguma coisa.
Por outro lado, o facto de os partidos à direita do PS estarem caladinhos quanto ao assunto quer dizer algo. Quer dizer que concordam, o que por sua vez quer dizer que estas medidas do governo são mais do que necessárias, seja a ministra boa,ou má. E quer também dizer que o PSD, quando governo, tambem contribuiu para criar a presente situação.
Com efeito, os professores, sendo uma classe especial dentro da função pública, têm direitos algo diferentes dos demais. Só que o que esta classe quer é a sua subtracção ao sistema de avaliação para progressão de carreira. Por que o que esta classe quer é ter as injustas progressões automáticas que toda a FP tinha, pelas quais alguém que não faz a ponta de um corno, passa a ganha mais por não fazer a ponta de um corno há séculos.
Mais ainda, os professores têm medo da avaliação por que grande parte deles tem daquelas licensas de docente que, depois do 25 de abril foram dadas aos milhares a quem tinha tipo o actual 9º ano para poder dar aulas de qualquer disciplina, para substituir rapidamente os professores saneados! e é claro que estes não querem ser avaliados, para nao se descobrir como eles sao maus.
Ora sendo que essa situação seria inadmissível, há que arranjar um método para o fazer, e, se não for bom, altera-se o método, mas o uqe é necessário é fazer algo.
De preferencia sem politiquices na avaliação. Consequentemente, esta terá que ser feita nos órgãos das escola, e não pelo ministério.
Terão que ser os professores a avaliar-se uns aos outros (e não os analfabetos dos pais dos alunos).
Agora esperemos que não venham externalizar nos alunos, numa clara mostra de desrespeito pelas funções sociais que exercem, fazendo greve aos exames nacionais... cá estaremos para ver.

Satyr, o corrosivo