domingo, maio 14, 2006

Endoutrinação - Parte II

É favor ler primeiro o post anterior, e só depois este, sob pena de nao fazerem sentido!





Imagino o vosso “WTF?” enquanto liam o post anterior, por que, de facto, não é nada do que habitualmente escrevo. Acontece que apenas despendi tempo e energia na sua escrita para agora, ainda mais energicamente, o destruir, e agora que já nao é dia 13 de Maio, ja posso dizer a verdade sobre o asunto. Pois é, a nossa amiga igreja católica apostólica romana… que ainda hoje há quem defenda como o grande baluarte dos valores da verdadeira utopia…Inexplicavelmente.
Enfim, estamos pois a falar de uma igreja que desde cedo flagela Portugal, uma igreja a quem logo o primeiro rei de teve de se subjugar, “Vassalo da Santa Sé” que era, num tempo em que o Papa tentava justificar através do poder concedido a Pedro por Cristo as intromissões que fazia nos territórios de cada rei, sendo que para isso fazia a guerra, ocupava terras, destituía monarcas, forjava documentos romanos, entre outras vigarices.
Durante os dez séculos da idade média era o clero da sé romana que endoutrinava o terceiro estado, essa realidade obscura e explorada, a quem os padres ao domingo lavavam o cérebro dizendo “Vocês não nasceram em berço de ouro, são impuros, trabalhem, esforcem-se, dêem o vosso suor, o vosso sangue e a vossa vida, e alcançarão a salvação depois de atravessarem este período de trevas que é a vossa vida, para encontrem o Criador e todos os entes queridos na morte”, palavras que o iletrado e ignorante povo bebia sofregamente, vindas que eram da respeitável figura do padre. Não nos esqueçamos que, especificamente, no caso português, mais de metade das terras a sul do país foram dadas ao clero, determinando tal que as dioceses eram verdadeiros senhores feudais, e que eram elas mesmas e as suas ordens militares que exploravam o povo e que se refastelavam nos seus palacetes enclausurados aproveitando-se do trabalho dos outros.
Enfim, a dimensão castradora (intelectualmente falando) era tão acentuada que os únicos locais onde se podia aprender a um nível superior (universitário) eram dominados pela santa madre igreja, que retinha fora do alcance de 95% da população toda a milenar sabedoria grega e romana, e, mais do que isso, a manipulavam a seu bel-prazer, viz. filosofia escolástica. Então, os cérebros universitários eram, claro está, postos ao serviço das pretensões hegemónicas e imperialistas do Vaticano, que pretendia restituir o império romano, mas sob a sua jurisdição.
A imundice era tal que mesmo monges como Lutero ou Erasmo se revoltaram contra a igreja romana, que chegou ao ponto de vender ás pessoas a entrada para o céu – indulgências – a cereja no topo do bolo que despertou a reforma protestante. Devido ao vigor da mesma, surgiu ainda a Contra-reforma católica, movimento que levou ao sofrimento e á morte de milhares em toda a Europa, mais particularmente na península ibérica, onde as fogueiras da inquisição espalhavam o cheiro da morte pela capital, morte arbitrária, dependendo de qualquer denuncia de bruxaria ou não-cristianismo.
Mais recentemente, pudemos todos assistir ás alianças da igreja com os sistemas totalitários e autoritários do século XX, por onde a mesma se movia com o pretexto de defender a moral e os bons costumes, mas o que realmente fazia era lavagens cerebrais ás pessoas, para variar um pouco. É de referir o caso de Fátima, a pitada de sal que faltava ao regime português.
Deixem me só adicionar então alguma coisa sobre a presente realidade do catolicismo: Ao mesmo tempo em que o leitor segue esta frase estão padres em África a pregar que o preservativo não protege da sida, cometendo portanto homicídios bem cientes do que estão a fazer; estão padres e freiras em conventos a cometer o pecado original; estão padres a levar balúrdios ás nossas avós para que os seus entes queridos possam repousar em paz; estão igrejas de sotaque brasileiro a extorquir a população mais necessitada; estão padres a discriminar pessoas em função do sexo, e claro, também, da orientação sexual; estão presbíteros a violar crianças na sacristia...já chega. E não falei eu ainda nas recentes declaraçoes do Cerelac (como diz o Tox) onde somo informados do que ler, ver televisão e navegar na Internet são os pecadosso séulo XXI!...se a intenção da igreja de impedir a cultura de ser massificada era dissimulada, agora, meus amigos, passou a ser bem explícita…
É por isso que eu digo, loud and clear, “Sou Ateu, graças a deus”.

Satyr, the root of all evil

1 comentário:

Publicador disse...

Weee ! Apareço num post!! :X

Btw, eu aproveito para dizer que não sou ateu, sou anti-teista. (é mais engraçado porque leva o prefixo "anti" e logo faz parecer que sou algum fundamentlista e sei lá o quê...por falar nisso..como é que se pode acreditar no dialogo entre religiões se cada uma das monoteistas dizem claramente que só há um deus, um profeta e uma unica maneira de seguir os seus ensinamentos/adorar/ser subjugado. Em resumo, acreditar numa religião dessas é ser obrigatóriamente fundamentalista, caso contrário é-se hipócrita.Tox