terça-feira, fevereiro 15, 2005

Tuning - Problema actual, ou acumulação de problemas ?

Boa tarde.

Esta é a 1ª de três partes onde vou tentar caracterizar esta cada vez mais considerada, escumalha nacional:

É do conhecimento de todos, até dos invisuais, que um dos maiores flagelos da sociedade portuguesa, e consequentemente bejense, chama-se Tuning.
Eu decidi chamar Tuning a toda aquela reintegração na sociedade de gajos que uma pessoa pensa supostamente já estar livre, desde o momento em que desaparecem do nosso campo visual (provavelmente para entrar na Marinha, nos Fuzileiros ou outras actividades militares que criem... "caparro"), até que reaparecem como que do nada, quase sempre num bar nocturno envergando blusa justa com os mamilos apontados a nós como que dizendo "Tive na tropa, pa, fartei-me de sofrer lá mas hoje comprei um Fiat Punto, equipei-o todo com o dinheiro da reforma da minha avó e agora venho-te dar cabo dos cornos ao som de Kizombas e Chiquinhas Tarraxinhas e merdas parecidas". Nesta mesma noite ficamos sempre a saber inúmeras histórias dos indivíduos em questão (que a esta hora já arrancaram para outro local espalhar o perfume, e o barulho que os acompanha).
Ainda passando pelo vestuário destes indivíduos, a blusa justa que já foi referenciada é presença obrigatória e começa já a fazer parte do revestimento cutaneo de cada um, sendo que as marcas podem variar bastante, dentro do ambito "marcas femininas". Há sempre um acessório nas mãos, seja uns elásticos, uns aneis, qualquer merda que nos faça olhar pra lá e perceba que eles têm as mãos grandes, dos tempos que sofreram na tropa, coitadinhos. Passamos prás calças, que nunca se podem intitular de "normais", há sempre algo de diferente nelas, desde aqueles que já as compram russas passando por aquelas com uns brilhantes aki pelos joelhos, com uma boca de sino, uns botões forrados a notas de 10€, qualquer merda que nos esclareça, o nosso já quase esclarecido pensamento "Este gajo é paneleiro". O penteado, pronto, já nem se contesta. O que usa um paneleiro ? Ele é uma trancinha, ele é o cabelo todo esticado pra trás, ele é umas patilhas em bico, ele é uma poupa à homem-da-noite ele é tudo menos víril.
O passado destes rapazes passa sempre pelo mesmo. Bateram todas as escolas do concelho, e de todas sairam gloriosos entre as raparigas, mas com um processo qualquer que os irradia da escola. É o tal rapaz que no 7º ano, dia 14 de Fevereiro tinha de levar 2 mochilas prá escola, uma prós livros (todos riscados e assinados pelas putas das aldeias) e a outra pra carregar todas as cartas de amor que recebia. Provém sempre de um bairro da periferia e tiveram sempre um affair com uma das Tias da actualidade. Por vezes, recorda-se disso entre amigos, enquanto manda mais um apalpão á imigrante ilegal brasileira mulata com que partilha hoje o seu amor. Alguns deles jogaram futebol no clube local, onde eram as estrelas (reza a lenda que os estádios nunca tiveram tão cheios de moças pequenas, ou actuais PITAS, a gritar pelos nomes dos ídolos).
A sua popularidade anda nas bocas do povo, quem os conhece é feliz, quem não conhece, consciente e feliz é.

(Continua...)

Sublime.